Com os avanços tecnológicos e incentivos às indústrias, o País começou a investir em Políticas de Segurança do Trabalho e criou legislações específicas
Um estudo publicado pela Fundação Oswaldo Cruz conta que, em meados da década de 50, o Brasil passou por um período de crescimento industrial muito forte, especialmente durante o governo de Getúlio Vargas. Com o incentivo às indústrias, foi necessário regulamentar as demandas trabalhistas por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A partir desse panorama, a Medicina do Trabalho começou a crescer e os cursos de medicina seguiram essa tendência, incorporando disciplinas focadas em Saúde do Trabalho.
Já na década de 60, durante a ditadura brasileira, houve outro grande surto industrial no país. Era o “milagre brasileiro”, que incentivou uma série de construções e obras faraônicas, como a Ponte Rio-Niterói, estádios de futebol e hidrelétricas. O ritmo das obras era intenso e a falta de preparo do governo, das empresas e dos próprios trabalhadores acabou agravando as estatísticas de acidentes e mortes de trabalho.
Para contornar esse problema e complementar a CLT, o Brasil criou uma série de Normas Regulamentadoras (NRs) e, entre elas, está a NR 04 que implementa os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMTs). A regra define quantos profissionais de Saúde Ocupacional são necessários para cada empresa, de acordo com o quadro de funcionários. Essa medida já era recomendada desde 1959 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT)!
A partir de então, a sociedade se organizou e criou diversos movimentos sindicais e fundações com foco em Saúde Ocupacional e Medicina Preventiva. No final da década de 80, o Brasil iniciou o seu processo de redemocratização e os direitos dos trabalhadores avançaram ainda mais! Hoje, por exemplo, os trabalhadores contam com assistência em caso de acidentes ou doenças de trabalho, acompanhamento obrigatório de exames médicos de acordo com os riscos que a profissão oferece entre outros.