Uma preocupação comum entre os profissionais de Segurança do Trabalho é a possibilidade de ocorrências de acidentes e incidentes, que coloquem a segurança dos colaboradores de uma empresa em risco. Mas você sabe qual a diferença entre acidente e incidente?
Embora sejam parecidos, esses termos se referem a situações com diferentes graus de gravidade. E é sobre isso que vamos tratar neste artigo. A seguir, entenda melhor a diferença entre eles, as características de cada um e como preveni-los. Boa leitura!
Conheça as diferenças entre acidente e incidente
Conforme artigo 19 da Lei nº 8213/91, acidente de trabalho é uma ocorrência no exercício de algum trabalho a serviço de alguma empresa (dentro ou fora dela) que provoque algum tipo de lesão corporal ou o desenvolvimento de alguma doença, redução ou perda da capacidade (temporária ou permanente) do trabalhador, ou até mesmo a morte dele, devido a algum tipo de irregularidade funcional.
O incidente de trabalho, por sua vez, é quando há uma ocorrência que apresentava um potencial para provocar acidente, mas que não atingiu nenhum colaborador, a empresa ou a rotina de trabalho. Exemplo disso, é quando um funcionário está andando no ambiente de trabalho e é atingido por algo que se soltou de algum lugar acima dele.
Se ele estiver usando o EPI (Equipamento de Proteção Individual) de maneira correta, será dificilmente afetado por esse impacto. Então, ele se livra do objeto que o atingiu e segue com suas atividades. Dessa forma, é uma situação que pode se caracterizar como um incidente de trabalho.
Por outro lado, em uma mesma situação, se o colaborador não estiver usando o EPI conforme as orientações do supervisor de segurança, for atingido por algo e se machucar ao ponto de não conseguir continuar com o trabalho, isso pode se caracterizar como um acidente de trabalho.
Saiba quais são os principais tipos de acidentes de trabalho
Os acidentes de trabalho podem variar conforme a intensidade e gravidade do problema. Por provocarem lesões e danos ao trabalhador e à empresa, normalmente, envolvem uma ocorrência de maior periculosidade, como:
- choques elétricos;
- condições inseguras de trabalho;
- lesões causadas por materiais perigosos;
- lesões por esforço repetitivo (LER);
- lesões por instrumentos de trabalho;
- queda de altura.
Veja quais são os principais tipos de incidentes
Os diversos tipos de incidentes de trabalho acabam não sendo comunicados pelo trabalhador. Isso pode acontecer por medo de ser advertido, punido, perder o emprego, ser considerado como descuidado ou sofrer algum tipo de perseguição.
Nesse sentido, é preciso manter um diálogo saudável com os colaboradores de modo a alertá-los sobre o que é acidente, a diferença em relação a incidente e a importância de comunicar a ocorrência em ambos os casos.
Alguns incidentes que podem ocorrer em um ambiente de trabalho são:
- arranhões em superfícies ásperas
- dedos machucados por prensamento nas portas
- lesões suaves causadas por equipamentos
- unhas traumatizadas (roxas) devido a pancadas com instrumentos
Entenda por que acontecem os acidentes e os incidentes
Como sabemos, os acidentes costumam ocorrer devido a condições inseguras de trabalho. Além disso, muitas vezes, os diversos tipos de incidentes são negligenciados, sem haver uma solução para eles.
Nesse sentido, uma boa maneira de garantir a saúde do trabalhador no ambiente de trabalho é realizar inspeções regulares de segurança
Saiba como adotar uma política de prevenção de acidentes e incidentes
Estabelecer uma política de segurança no ambiente de trabalho é essencial para prevenir acidentes e incidentes. Ela deve envolver aspectos que extrapolam os riscos de cada função, desenvolvendo campanhas de conscientização, a fim de disseminar as boas práticas de segurança, como uso dos EPIs (Equipamento de Proteção Individual), entre outras.
Veja, a seguir, algumas das principais ações que devem constar na política de segurança do trabalho.
Exija o uso de EPIs
Essa é a forma mais eficaz de evitar acidentes e incidentes em uma empresa. O uso de EPIs por profissionais é um aspecto que jamais deve ser deixado de lado, pois representa grande parte da segurança do trabalhador.
Para total garantia de proteção, todo EPI deve ser verificado junto aos trabalhadores, para avaliar sua adequação e nível de conforto. Além disso, é muito importante que a gestão dê o exemplo, usando sempre o EPI ao visitar o chão de fábrica, mesmo que seja por pouco tempo.
Supervisione os colaboradores
Independentemente do local onde os colaboradores estiverem atuando, é fundamental fornecer uma supervisão adequada a todos. Dessa forma, é possível garantir maior segurança no desenvolvimento das atividades e fácil acesso ao supervisor para esclarecimentos de dúvidas.
Isso porque a falta de um supervisor por perto pode levar um colaborador a cometer erros ao improvisar em atividades que tenha dúvidas sobre como realizá-las. A improvisação pode causar ferimentos desde os mais leves aos mais graves, bem como danos aos equipamentos e perda de tempo consertando o erro.
Para evitar que esses problemas ocorram deve haver um treinamento de supervisores para melhor atuação e comunicação com os trabalhadores. Além disso, é essencial fazer as inspeções e manutenções regulares de máquinas, equipamentos e ferramentas, para garantir segurança e eficiência em sua utilização.
Treine os colaboradores
Um colaborador que não recebeu treinamento ou foi mal treinado não representa apenas um perigo para si mesmo, mas também para os outros. A prevenção de acidentes de trabalho começa com um programa de treinamento completo para cada novo funcionário, independentemente da experiência que ele apresente.
O treinamento também deve ser feito com os antigos colaboradores, para uma reciclagem e atualização dos conhecimentos técnicos. Além disso, esse é o melhor caminho para a conscientização sobre a política de segurança a ser observada.
Invista em equipamentos de segurança
Esse é um aspecto fundamental para que a política de prevenção de acidentes e incidentes seja efetiva. Aqui, é importante considerar que ao investir em equipamentos de segurança é preciso observar norma NR-6, que divide os EPIs em nove grupos e os classifica de acordo com a função e parte do corpo a ser protegida, conforme mostramos a seguir:
- cabeça — capuz, balaclava ou capacete;
- rosto e olhos — óculos, protetor facial e máscara de solda;
- respiração — de fuga ou de adução de ar; respirador purificador de ar motorizado ou não;
- ouvidos — protetor auditivo de inserção, circum-auricular ou semi-auricular;
- tronco — vestimentas de proteção, colete à prova de balas;
- membros superiores — manga, creme protetor, braçadeira dedeira e luvas;
- membros inferiores — calça, meia, perneira, calçados especiais, como botas e sapatos de segurança com biqueira de aço;
- corpo — vestimentas adequadas para a função, como o macacão;
- proteção contra quedas — cinturão de segurança com talabarte e com dispositivo trava-quedas.
Como vimos, a diferença entre acidente e incidente envolve gravidade dos danos e suas consequências, podendo gerar problemas na saúde do colaborador, de maneira temporária, resultando em afastamentos do trabalho, ou até mesmo permanente. Nesse sentido, é muito importante que o profissional de Segurança do Trabalho conheça os riscos de um ambiente de trabalho e aja com base em medidas de prevenção.
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