O câncer ocupacional é uma ameaça crescente à saúde dos trabalhadores em todo o mundo. No Brasil, a doença está relaciona à boa parte das vítimas decorrentes de atividades laborais. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 85% das mortes relacionadas ao trabalho estão ligadas aos maiores agentes cancerígenos.
De acordo com o mesmo levantamento do Inca, o câncer de pele, pulmão, bexiga, leucemia e mesotelioma estão entre os tipos de câncer mais frequentes que prejudicam a produtividade e qualidade de vida dos trabalhadores.
É de fato um problema alarmante que destaca a importância de se falar sobre o assunto. Neste artigo, vamos explorar os principais agentes cancerígenos, os sintomas e sinais de alerta do câncer ocupacional, e as melhores práticas para prevenção e tratamento. Confira!
O que é câncer ocupacional?
O câncer ocupacional é uma condição causada pela exposição a agentes cancerígenos no ambiente de trabalho. Esses agentes podem ser encontrados em diferentes formas, incluindo produtos químicos, poeiras, radiação, fumaça e vapores.
A exposição a esses agentes pode causar alterações no DNA das células, levando ao desenvolvimento de células cancerígenas e, eventualmente, ao câncer.
O câncer ocupacional pode afetar a saúde e segurança do trabalhador exposto a agentes cancerígenos, incluindo aqueles que trabalham em indústrias químicas, fábricas, minas, construção e setor agrícola, entre outros. Alguns dos tipos mais comuns de câncer ocupacional incluem câncer de pele, pulmão, leucemia, bexiga e mesotelioma.
Existem fatores de risco?
Há diversos fatores de risco para o câncer ocupacional, incluindo:
- exposição a produtos químicos tóxicos: trabalhadores expostos a produtos químicos como asbesto, amianto, arsênio, berílio, benzeno, cádmio, cromo, formaldeído, níquel e chumbo têm maior risco de desenvolver câncer ocupacional.
- exposição a poeiras e fumos: poeiras e fumos de metais, como ferro, aço, alumínio, cobre e sílica, podem desenvolver câncer de pulmão ou mesotelioma;
- radiação ionizante: a exposição à radiação ionizante em indústrias nucleares ou médicas aumentam o risco de câncer;
- histórico familiar: trabalhadores com histórico familiar de câncer têm maior risco de desenvolver um câncer ocupacional.
A identificação dos fatores de risco é essencial para a prevenção do câncer ocupacional. É importante que os empregadores e os médicos do trabalho estejam cientes desses fatores de risco e adotem medidas preventivas adequadas para proteger os trabalhadores.
Quais são as causas?
De modo geral, o câncer ocupacional é causado pela exposição a substâncias tóxicas presentes no ambiente de trabalho. Essas substâncias podem incluir poeiras, gases, líquidos, produtos químicos e outras partículas nocivas que podem danificar o DNA das células do corpo e levar ao desenvolvimento de células cancerosas.
Quais são as profissões mais afetadas?
Existem diversas profissões que podem ser consideradas de risco para o câncer ocupacional, mas algumas delas merecem destaque.
Entre elas, podemos citar os mineradores, que estão expostos a poeiras contendo sílica, asbestos, carvão e outros materiais tóxicos. A exposição a essas substâncias pode aumentar o risco de câncer de pulmão, mesotelioma, câncer de bexiga, entre outros.
Os trabalhadores da indústria química também estão sujeitos a altos níveis de exposição a substâncias químicas cancerígenas, como benzeno, amianto, chumbo, entre outras. A exposição a essas substâncias pode levar a uma série de cânceres, incluindo leucemia, câncer de pulmão e câncer de fígado.
Outras profissões consideradas de risco incluem trabalhadores da construção civil, que podem ser expostos a poeiras contendo asbestos, sílica e outros materiais tóxicos, e trabalhadores agrícolas, que podem estar expostos a pesticidas e herbicidas.
Trabalhadores em indústrias que envolvem a produção de plásticos, borrachas, tintas e solventes também estão sujeitos a altos níveis de exposição a substâncias químicas cancerígenas.
Quais são os tratamentos?
Apesar de ser uma condição de saúde desafiadora de tratar, pois está relacionado à exposição a substâncias tóxicas no ambiente de trabalho, existem opções de tratamento disponíveis que podem ajudar a combater o câncer ocupacional e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
O tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. No entanto, o tipo de tratamento escolhido dependerá do tipo de câncer, do estágio da doença e da saúde geral do paciente.
A cirurgia é geralmente realizada para remover o tumor cancerígeno e, muitas vezes, é acompanhada de tratamentos adicionais, como quimioterapia ou radioterapia, para ajudar a prevenir a recorrência do câncer.
Como se prevenir do câncer ocupacional?
A prevenção do câncer ocupacional depende da conscientização dos empregadores e dos próprios trabalhadores sobre os riscos envolvidos em cada atividade profissional.
Por exemplo, os equipamentos de proteção individual (EPIs) são um conjunto de dispositivos e acessórios utilizados para proteger os trabalhadores de riscos que possam afetar sua saúde e segurança no ambiente de trabalho, como máscaras, luvas, óculos de proteção e roupas especiais.
Eles são projetados para proteger diferentes partes do corpo, como os olhos, o rosto, as mãos, os pés, a pele e o sistema respiratório, entre outros.
Além disso, é essencial que os empregadores realizem avaliações periódicas da exposição dos trabalhadores a substâncias tóxicas, bem como forneçam treinamento sobre a prevenção de doenças ocupacionais.
Como é o diagnóstico?
O diagnóstico do câncer ocupacional geralmente começa com uma avaliação médica completa, que pode incluir a análise da história clínica do paciente, exame físico e testes laboratoriais.
O médico do trabalho também pode solicitar exames de imagem, como radiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET-CT, para ajudar a identificar possíveis tumores.
É importante que o médico avalie a exposição do paciente a agentes cancerígenos no ambiente de trabalho. Isso pode envolver a revisão dos registros de segurança e saúde no trabalho, a análise das condições do ambiente de trabalho e o questionamento do paciente sobre a natureza de seu trabalho e da exposição a substâncias tóxicas.
Chegamos ao final do artigo e esperamos que as informações sejam úteis para orientar médicos no tratamento e prevenção do câncer ocupacional. Como vimos, informações corretas e medidas de prevenção ajudam a reduzir significativamente o risco de câncer ocupacional e garantir um ambiente de trabalho mais saudável e seguro para todos.
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