Dados mostram que, em 10 anos, essa é a maior marca de afastamentos por ansiedade e depressão, e empresas terão que oferecer assistência.
O assunto mais comentado nos últimos tempos é sobre saúde mental, em todos os lugares, e principalmente, no ambiente de trabalho, local onde as pessoas passam grande parte de seus dias. Doenças como burnout, depressão, ansiedade, síndrome do pânico estão afetando os trabalhadores, causando afastamentos e danos.
E só em 2024, segundo dados do Ministério da Previdência Social, foram quase meio milhão de afastamentos, números que surpreendam, sendo o maior em pelo menos dez anos.
Dados preocupantes com afastamentos por ansiedade e depressão
Segundo dados obtidos pelo G1, em 2024, tiveram mais de 3,5 milhões de pedidos de licença no INSS, que ocorreram por diversas doenças. Nas quais, 472 mil solicitações foram por questão de saúde mental.
Em 2023, foram 283 mil afastados por este mesmo motivo, ou seja, houve um aumento de 68% em um intervalo de um ano. Essa foi a maior marca nos últimos 10 anos.
>> Depressão e estresse: principais causas de afastamento do trabalho
A Saúde Mental após a pandemia
Estudos já revelaram que a pandemia atingiu muitas pessoas, e que isso afetou diretamente sua saúde mental.
O isolamento social resultou em sentimentos de solidão e tristeza, e isso tudo trouxe o medo e incerteza, o que resultou em ansiedade. Além disso, a pandemia exultou em um grande impacto econômico nas quais muitas pessoas passaram por dificuldades financeiras.
Vemos que, de diversas formas, isso deixou sequelas nas pessoas do mundo inteiro, e com isso, houve um aumento de doenças e afastamentos por transtornos mentais.
Por que as empresas devem se preocupar com afastamentos por ansiedade?
Os afastamentos de funcionários representam um desafio significativo para as empresas, impactando diversas áreas e gerando uma série de preocupações. As principais razões pelas quais as empresas devem se atentar a essa questão incluem:
- Custos financeiros: manter um funcionário afastado envolve diferentes custos, que vão desde contratar e treinar novos funcionários temporários ou efetivos gera despesas adicionais para a empresa, até lidar com toda parte legislativa.
- Impacto em toda a equipe: a ausência de um colega pode sobrecarregar os demais membros da equipe, levando a estresse, exaustão e queda na qualidade do trabalho. Além disso, gera desmotivação e descontentamento entre os demais, afetando o clima organizacional.
- Questões legais: em casos de afastamentos por doenças ocupacionais ou acidentes de trabalho, a empresa pode enfrentar processos judiciais e ser responsabilizada por indenizações. É importante estar atento sobre as obrigações que devem ser seguidas.
- Imagem da empresa: uma alta taxa de afastamentos pode prejudicar a reputação da empresa, tanto para clientes, quanto para potenciais candidatos a emprego.
Ao monitorar e analisar os dados de afastamento, as empresas podem identificar problemas, implementar soluções e criar um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.
Impacto mundial
A Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que mais de 12 bilhões de dias úteis sejam perdidos todos os anos, de forma global, devido à depressão e ansiedade, resultando em uma perda financeira de U$ 1 trilhão por ano.
O melhor a se fazer agora com a atualização da NR-1 e a inserção dos Riscos Psicossociais é focar em trazer o melhor para o profissional, cuidando de sua saúde mental e física. É o momento de promover ambientes seguros e acolhedores, incentivar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, promover uma comunicação aberta e transparente e garantir que o trabalho seja saudável.
Atualização da NR-01: Saúde Mental precisará ser incluída no GRO
Em julho de 2024, a NR-1 ganhou uma atualização no qual exige que as empresas incluam a saúde mental no Relatório de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO).
>> Alteração na NR-01: Saúde Mental precisará ser incluída no GRO
A inclusão da saúde mental no GRO é um marco importante para a proteção dos trabalhadores e para a promoção de um ambiente de trabalho mais saudável. A medida é especialmente relevante após o aumento dos afastamentos por problemas de saúde mental nos últimos anos. As empresas precisarão fazer um levantamento preliminar e ao enxergar o risco, deverão incluir no GRO.
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