Dois estudos abordaram a depressão e o ambiente de trabalho, relacionando diversos elementos, como a capacidade de desenvolver as tarefas diárias e o nível de resiliência do funcionário
De acordo com um artigo publicado no portal Minha Vida, dois estudos diferentes ampliaram o panorama da relação entre depressão e o ambiente de trabalho. Um dos estudos, realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), elaborou uma perspectiva e concluiu que até o ano de 2020, a depressão será a segunda maior causa de incapacidade laboral no mundo. O outro estudo foi feito na China e avaliou os trabalhadores e fatores de riscos para desenvolver a doença, apontando outros elementos além da pressão da função e da falta de comunicação entre os funcionários. Esse estudo mostrou que 80% dos trabalhadores consideram a sua atividade estressante e exigente, mas apenas aqueles que não se consideram realmente capazes de realizar as suas tarefas entraram no grupo de risco da depressão.
O artigo diz que a saúde psíquica está ganhando cada vez mais espaço no cenário da Saúde Ocupacional e, por ser um pouco mais delicada, exige alguns cuidados específicos que vão além das tradicionais conversas francas entre os colaboradores e também o bom ambiente de trabalho. Alguns exemplos são o tempo para capacitação, reciclagem de conhecimentos e treinamento adequado, tanto para o trabalhador quanto para o empregador. Essa via de mão dupla é bem observada nos dois estudos, que mostram a importância de estabelecer prazos aceitáveis, organizar todos os procedimentos internos da empresa e manter um intervalo entre os compromissos e tarefas do cotidiano.
De acordo com a conclusão do estudo chinês, pessoas que trabalham direto com o público, como por exemplo agentes de venda, apresentaram risco maior de desenvolver a depressão. Caso sintomas como tristeza excessiva, ansiedade, desânimo, alteração de humor e redução de desempenho e energia permaneçam por mais do que duas semanas, talvez seja necessário contar com ajuda de um psicólogo. Assim, a pessoa pode aprender a lidar com o estresse e acabar percebendo que há grande possibilidade de o grau do sofrimento estar relacionado à falta de mecanismos para lidar com pressões normais do trabalho. Outro ponto positivo da terapia é o autoconhecimento e desenvolvimento de resiliência para amenizar os efeitos do estresse.
Por fim, os estudos se complementam quando lembram da importância de cuidar do ambiente de trabalho e da saúde mental dos colaboradores. Afinal, o estresse pode piorar dores nas costas e até gerar casos de transtornos de humor, uma das doenças que mais afastou trabalhadores no ano passado, sendo que em 2014 São Paulo foi o estado campeão em afastamentos por depressão laboral. Por isso, se atentar às doenças invisíveis é um dos importantes passos para melhorar a qualidade da Saúde e Segurança do Trabalho de uma empresa.
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