Com o aumento de casos, doenças como Covid e Burnout foram adicionadas à nova lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho.
Após 24 anos, o Ministério de Saúde atualizou a lista de doenças relacionadas ao trabalho. De 182 doenças, agora são 165 novas patologias que causam danos à integridade física ou mental do trabalhador, totalizando 347 códigos de diagnósticos.
Novas Doenças do Trabalho
Entre as novas doenças que foram adicionadas à lista, em destaque estão: Covid, Doenças mentais, fatores psicossociais, transtornos depressivos, transtornos ansiosos, neoplasias diversas, hipertensão essencial primária, doenças ortopédicas ou outras quem podem estar relacionadas diretamente com a atividade que o trabalhador executa ou ocasionadas pelo meio ambiente do trabalho.
O maior crescimento de doenças ocupacionais foi relativo aos transtornos mentais e comportamentais, nos quais podem surgir relacionados à gestão organizacional. O ambiente que o trabalhador executa suas funções e a pressão de realizar as tarefas do trabalho podem ocasionar isso, sendo assim, uma doença do trabalho.
Essa atualização na lista serve para facilitar a identificação destas doenças, bem como contribuir com a vigilância servindo como um instrumento epidemiológico na promoção de saúde individual e coletiva.
“A nova lista atenderá toda a população trabalhadora, independentemente de ser urbana ou rural, ou da forma de inserção no mercado de trabalho, seja formal ou informal”, publica Ministério da Saúde em nota.
>> Veja a lista completa de doenças relacionadas ao trabalho.
Essa atualização passa a valer a partir do fim de dezembro de 2023.
Covid-19 como Doença do Trabalho
Entre as novas doenças do trabalho, está o Covid-19, doença infecciosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 que ocasionou a pandemia no mundo inteiro em 2020 e 2021. Embora a pandemia já tenha terminado, a doença ainda existe e afeta muitas pessoas, principalmente na área da saúde.
O Covid-19 entrou como Doença do Trabalho por este motivo, já que muitos profissionais da saúde ficam expostos ao vírus e podem contrair a doença no seu trabalho, que ainda pode apresentar muitas complicações após o contágio.
O que são Fatores Psicossociais?
Os fatores psicossociais são aspectos que definem a interação subjetiva entre o trabalhador e seu trabalho, segundo a Organização Mundial da Saúde. Esses fatores interferem na vivência do bem-estar no trabalho e nos processos de descompensações na saúde, seja mental ou física.
No trabalho, os fatores psicossociais tem seis dimensões: intensidade e condições temporais do trabalho, autonomia, conflito de valores, exigências emocionais e insegurança nas situações de trabalho.
>> A importância da Qualidade de Vida no Trabalho – QVT
Quando não bem geridos, os riscos psicossociais ocasionam transtornos mentais e comportamentais, como a depressão e o estresse.
Transtornos depressivos e a influência do ambiente de trabalho
Os transtornos depressivos, que antes eram considerados doenças ocupacionais, agora também são considerados doenças do trabalho.
O principal sintoma, no ambiente de trabalho, é a diminuição de produtividade e o humor dos colaboradores. Essa doença pode ter diferentes origens, como ambiente organizacional tóxico, pressão, sobrecarga, longa jornada de trabalho sem descanso e estresse. Tudo isso resulta em cansaço excessivo, dificuldade de concentração, agressividade, falta de autoestima, crises de choro e outros sintomas.
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Casos de doenças ocupacionais aumentou nos últimos anos
Nos últimos 15 anos, entre 2007 e 2022, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério de Saúde, o Sistema único de Saúde (SUS) atendeu quase 3 milhões de casos de doenças ocupacionais, sendo 52,9% relativo a acidentes de trabalho grave.
>> Confira a nota do Ministério do Trabalho
Ainda, estatísticas mostram que as principais vítimas são homens de 18 a 24 anos e mulheres de 30 a 34 anos.
Doenças do Trabalho X Doenças Ocupacionais
Muitos confundem os termos ‘Doenças do Trabalho’ e ‘Doenças Ocupacionais’, no entanto, são distintos.
A doença ocupacional está ligada à característica da própria atividade profissional, ou seja, tem relação direta com a atividade que o colaborador exerce em sua rotina de trabalho. Por exemplo, um trabalhador que possui esgotamento profissional devido ao excesso de trabalho pode desenvolver Síndrome de Burnout, ou um trabalhador que usa o teclado em sua rotina inteira, pode ter Lesão por Esforço Repetitivo (LER).
Já a doença do trabalho está ligada ao ambiente, e não diretamente à atividade exercida. Por exemplo, um trabalhador que está exposto à ruídos em seu ambiente de trabalho, pode acabar tendo uma perda auditiva, e assim caracteriza como doença do trabalho.
O que as empresas devem fazer a partir de agora?
Segundo Dr. Sergio Cagno, médico do trabalho e especialista em saúde ocupacional, as empresas deverão se adaptar.
“Consequentemente haverá um aumento das responsabilidades das empresas e um ônus maior no cuidado dos agentes e doenças relacionadas. Além disso, haverá uma maior fiscalização da saúde do trabalhador, obrigando as empresas a adotarem e cumprirem os programas de prevenção destas patologias. Também o cuidado com o ambiente do trabalho será algo de maior atenção e quando estes problemas forem identificados, as empresas deverão investir na pronta resolução deles evitando o afastamento dos trabalhadores”, relata.
Ainda, completa com: “O que fica claro é a responsabilidade das empresas em investir em programas de saúde mental e prevenção de uso de álcool e drogas. Estímulo da prática de exercícios, orientação nutricional para combater à obesidade, bem como na melhoria dos ambientes físicos do trabalho. Tudo isso gerando maior conforto e bem-estar nos locais onde são executadas as atividades laborais, quer seja na empresa física ou home office. Com o rol das doenças, o ônus da prova é das empresas, cabendo a elas demonstrarem quais as suas ações preventivas para diminuir o risco do desenvolvimento de doenças.”, completa.
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