Investir em cuidados de saúde para os seus funcionários, além de uma obrigação, é uma ação importante para protegê-los de problemas que podem ocorrer dentro ou fora da empresa. Por isso, é fundamental conhecer o conceito de Assistência Primária à Saúde. Veja, neste artigo, tudo que é preciso saber sobre o tema.
Você já ouviu falar em Atenção Primária à Saúde (APS)? Conhecer esse ponto é fundamental para conseguir oferecer melhores condições de saúde ocupacional durante as suas ações de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), permitindo trazer mais benefícios e maior proteção para os seus colaboradores.
Contudo, ainda não é muito comum que os empreendedores optem por oferecer a APS em sua estrutura interna e isso pode impedir uma série de benefícios que esse tipo de cuidado pode oferecer. Neste post, vamos tratar desse tema e tirar as suas dúvidas acerca dele. Continue a leitura!
Você conhece a Atenção Primária à Saúde?
A Atenção Primária à Saúde (APS) está dentro da organização de atendimento em saúde, que permite analisar quais são as demandas de uma pessoa por meio de uma organização sistematizada e regionalizada. O sistema é dividido da seguinte forma:
- Atenção Primária à Saúde: primeiro nível de contato com o sistema, que está ligado com a redução de riscos de doenças e com a proteção à saúde, com caráter mais preventivo;
- Atenção Secundária à Saúde: normalmente, há um encaminhamento pelos profissionais do atendimento primário para o auxílio na realização de tratamentos de complexidade média, por exemplo, para doenças crônicas ou agudas;
- Atenção Terciária à Saúde: nesse caso, trata-se do tratamento de alta complexidade, ou seja, para casos mais graves e que envolvem maiores cuidados e tecnologias, como cirurgias, transplantes, procedimentos de alto risco, entre outros.
Qual o foco da Atenção Primária à Saúde?
O objetivo da Atenção Primária à Saúde é, principalmente, gerar formas de prevenção à saúde do paciente, permitindo orientações que façam a pessoa ter uma vida mais saudável no dia a dia, minimizando problemas que possam levar, justamente, à necessidade de afastamento do colaborador no futuro.
Quando a empresa implementa a APS em suas rotinas, consegue realizar um acompanhamento da saúde ocupacional, avaliando se há mudanças significativas na sua saúde. Caso haja algum problema surgindo, o profissional pode começar um tratamento precoce e garantir maior qualidade de vida. Isso é bom tanto para o colaborador quanto para a empresa.
Quais são os atributos da APS?
Para funcionar adequadamente, é essencial que a APS implementada esteja de acordo com os quatro atributos básicos estabelecidos pela médica e docente estadunidense Barbara Starfield, referência nessa área. Vejamos os principais pontos a seguir.
Atenção realizada desde o primeiro contato
A APS é aquela que tem o primeiro contato com o colaborador, sendo, exceto em casos mais urgentes, a primeira opção de interação. No caso da empresa, é a primeira referência do trabalhador quanto aos cuidados com a saúde.
Assim, é importante que a sua implementação faça com que o serviço seja acessível para todos os funcionários da organização. Uma estrutura adequada e uma boa divulgação interna são dois pontos essenciais para garantir esse primeiro atributo.
Atendimento contínuo
Outro pressuposto importante a ser considerado é fazer com que o atendimento seja permanente ao longo do tempo, criando uma ligação. Dentro da empresa, isso é fácil de ser implementado, já que, ao utilizar um sistema de gestão, é possível acompanhar os atendimentos periódicos e o colaborador estará consciente de que pode recorrer ao atendimento médico sempre que precisar, gerando uma cooperação e uma confiança mútua entre as partes.
Assim, é fundamental que a empresa insira os requisitos básicos para que seja possível não só prestar o atendimento, mas manter a continuidade do serviço para os colaboradores.
Garantia de integralidade do serviço
Para que seja, de fato, uma APS, é importante que seja oferecido o rol de atendimentos que estejam relacionados com sintomas e diagnósticos de doenças de imediato, ainda que, para os tratamentos mais específicos, seja realizado o encaminhamento futuro para o Atendimento Secundário de Saúde.
Mesmo que ocorra a indicação para outros lugares, o responsável pelo atendimento primário torna-se, assim, corresponsável pelo suporte oferecido. Desse modo, o médico do trabalho pode continuar acompanhando o caso internamente, em conjunto com os especialistas, para avaliar o quadro e gerar processos preventivos de forma a proteger e levar uma melhor qualidade de vida para todos os envolvidos.
Coordenação dos processos de integração dos cuidados
Mesmo que seja necessário contar com os demais níveis de atendimento à saúde, a atenção primária tem um papel fundamental para gerenciar e, principalmente, integrar os cuidados com as pessoas. Isso porque, normalmente, muitos problemas são tratados de forma independente, sem diálogo entre os especialistas envolvidos. Assim, os profissionais dessa área têm o papel de articular essas questões.
Quer ver um exemplo? Um profissional sofre um acidente de trabalho, como uma queda e uma fratura óssea e é atendido por uma equipe de um cirurgião de ortopedia, de ortopedia clínica, de fisioterapia e que atua com a necessidade de atividades físicas (como a ginástica laboral) para o fortalecimento da região visando à reabilitação.
Cada um dos profissionais atuará de forma independente, sem comunicação entre eles. O profissional da APS conseguirá, assim, avaliar como os tratamentos se articulam e encaminhar para os especialistas caso note que é preciso ter algum tipo de cuidado especial diante do que está avaliando no consultório.
Quais as vantagens de oferecer a Atenção Primária à Saúde para saúde ocupacional?
Implementar a APS na empresa pode ser altamente vantajoso. Alguns dos principais benefícios são:
- diminuição do absenteísmo;
- prevenção de desenvolvimento de casos crônicos;
- prevenção de doenças ocupacionais;
- promoção da saúde internamente;
- maior motivação do quadro de pessoal em razão dos cuidados
- oferecidos no dia a dia.
Como é a estrutura de uma equipe para trabalhar com APS?
Segundo a ANS, há uma série de diretrizes que precisam ser implementadas para que possa ser considerada a existência de uma APS no que diz respeito à estrutura da equipe. São elas:
um médico de família e comunidade, ou especialista em clínica médica que tenha experiência e formação em APS;
um enfermeiro que tenha especialização em saúde da família ou, então, que tenha formação generalista;
outro profissional de saúde que tenha nível superior em sua formação (fisioterapeuta, médico, enfermeiro, psicólogo, nutricionista, fonoaudiólogo, entre outros).
Inserir a Atenção Primária à Saúde (APS) em sua empresa permite minimizar danos e custos futuros, além de proteger os seus colaboradores, como visto. Por isso, enxergue isso como uma possibilidade de investimento em saúde ocupacional e não como um gasto.
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