Por: Nestor W Neto
Não sei se você já reparou, mas a Segurança do Trabalho no Brasil é vista como algo perturbadoramente negativo!
Queremos envolver os líderes e os trabalhadores na segurança, queremos que eles gostem da segurança, mas como eles gostarão de algo tão negativo?
Veja nesse artigo porque a porque as pessoas falam de segurança, mas não gostam dela? E como mudar isso.
A Segurança do Trabalho está ligada a resultados indesejados
Infelizmente só se pensa em coisa negativa quando se fala em segurança, aliás, a própria definição de segurança do trabalho é negativa, definimos segurança do trabalho como “ausência de acidentes e doenças do trabalho”.
Infelizmente a gente meio que usa uma engenharia reversa para definir segurança. Dizemos que estamos falando de segurança, mas na verdade estamos falando de insegurança, de acidentes, doenças, erros, eventos negativos, etc.
Não é à toa que sempre que o profissional de segurança bate na porta do empregador o empregador já pensa, “alguma coisa deu errado, deve ter acontecido um acidente, adoecimento ou incidente, ou será que alguém morreu?”.
O que fazer então?
Que tal mudar a definição de segurança?
Quando mudamos o significado de algo, a essência muda. O foco deveria estar em criar algo benéfico e não em evitar alguma coisa.
O autor Sidney Dekker, que é autor da Segurança Diferente (Safety Differently) nos estimula a definir a segurança como: “Segurança é a presença de capacidade”, ou “segurança do trabalho é a presença de bem estar”.
A capacidade significa a presença de salvaguardas, a presença de resiliência do sistema, que mesmo produzindo em ambiente de risco consegue se manter relativamente segura.
A Segurança do Trabalho foca nas pessoas como fonte de problemas
Segurança a segurança do trabalho infelizmente acaba focando nas pessoas e como fonte de problemas.
Mas qualquer pessoa que utilizar a lógica perceberá que obviamente em todos os eventos negativos haverá comportamentos, afinal, ninguém parado, ninguém que não faz nada se acidentará. A estática, a preguiça, a estagnação é sempre segura. Mas isso é impossível em empresas onde o movimento, onde há centenas de pessoas lidando com coisas quentes, frias, com maquinas e equipamentos que podem facilmente arrancar o braço de alguém.
Acreditamos que são as pessoas que cometem erros, lapsos, enganos, comportamento de risco… São as pessoas quebram as regras, não preenchem o checklist, são variável quebrada, a raiz de todos os males em SST!
Com uma visão dessa a gente ainda se surpreende quando as pessoas não querem participar das ações de SST. Toda vez que o técnico passa na obra da bronca alguém, mas quem faz certo ninguém vê…
As pessoas vendo vistas como fonte do problema também é danoso para a imagem da SST no Brasil, e pode emperrar nossas tentativas de desenvolver líderes e trabalhadores que se envolvam com esse assunto.
O que fazer então?
Entender que o trabalhador não é a fonte de problemas, mas de solução.
São os trabalhadores que encontram soluções para a maioria dos problemas da operação. Quantas vezes você já agradeceu ao trabalhador por relatar uma situação de risco, de perigo, por acessar o direito de recusa, por informar que uma máquina está sem proteção, por estar utilizando todos os EPIs necessários para a atividade?
Ao invés de rotular o trabalhador como “um problema a ser consertado” podemos entender as vulnerabilidades de segurança que os trabalhadores percebem no sistema de trabalho.
Podemos aproveitar a inteligência coletiva dos trabalhadores para melhorar o sistema de trabalho. Isso pode ser feito utilizando estratégias para coletar a opinião dos trabalhadores em relação aos riscos, deficiências e necessidades de melhoria do ambiente de trabalho.
Como diz o Scott Geller, “o comportamento não ocorre no vácuo, existe um contexto”. É preciso entender o contexto em que os comportamentos acontecem, é preciso melhorar o ambiente de trabalho (máquinas, equipamentos, estilo de liderança) para ter comportamentos melhores.
É preciso entender que o comportamento dos trabalhadores sendo fortemente influenciado pelo ambiente de trabalho, uma vez que eu melhorar o contexto de trabalho, ou seja, ferramentas, mobiliário, maquinário, conforto, influencias da liderança, melhoraremos os comportamentos dos indivíduos.
A Segurança do Trabalho traz muita burocracia
Há muito foco em Normas Regulamentadoras, procedimentos, regras internas. Há muita burocracia e pouco foco dos seres humanos. “Lá vem o TST com mais um papel para eu preencher”. É o líder se reclama de ter mais uma ferramenta obrigatória para preencher…
Acho que a mensagem fica clara para todo mundo, “a gente não confia nas pessoas”, afinal, todo é na tentativa de controla-las. Há muitos profissionais de segurança que vivem citando que 99% dos acidentes trabalho são culpa das pessoas.
O que fazer então?
A burocracia não garante a segurança.
Faça um experimento para verificar a necessidade de remover pedaços de burocracia:
– Pergunte diretamente às pessoas o que elas gostariam de começar a fazer, parar de fazer, fazer mais e fazer menos, quando se trata de atividades de segurança.
– O time de segurança precisa ter coragem de perguntar: ‘Qual é a coisa de segurança que você faz, mas que menos contribui para a segurança? Qual a prática de segurança mais inútil daqui da empresa, em sua opinião?
Quando as pessoas entendem e valorizam determinada prática de segurança, elas contribuem em vez de vê-la como um exercício de manda quem pode, e obedece quem tem juízo.
As regras de segurança devem levar em conta o contexto do trabalho real, ou seja, como o trabalho realmente acontece na operação e não apenas o trabalho imaginado.
Pesquisas internas na empresa em torno de temas ligados a burocracia de segurança fornecem a empresa e ao time de segurança a visão de como os trabalhadores e a empresa entendem o papel do time de segurança na criação de segurança – em oposição à criação de processos de segurança e burocracia.
Comece sendo curioso, mapeie os processos padrão que podem estar criando excesso de papel com pouco resultado de segurança em sua organização. A utilização de pesquisas de opinião e conversas em grupo podem lhe ajudar com isso.
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Bibliografia:
The Psychology of Safety Handbook – E. Scott Geller – 2000 – CRC Press
Safety Differently: Human Factors for a New Era, Second Edition – Sidney Dekker – 2014 – CRC Press